quarta-feira, 29 de março de 2017

O país da conserva


O país é tão conservador que até seus políticos e magistrados estão em conserva


 Um país inteiro dedicado à produção de conservas. Sim, ele existe e se chama "Baril".

Nesse país dos sonhos de consumo de picles o turismo gastronômico prospera.

A publicidade é toda dedicada a exaltar as qualidades da commodity: 
" Conservas Bazuca, coma senão você leva tiro na nuca".

Lá nesse país, ao primeiro sinal de vida inteligente fecha-se imediatamente todos os vegetais em potes de conservas para não estragarem.

Nas escolas e universidades- todas voltadas à produção de conservas- qualquer tentativa de discutir opções culinárias são postas no vinagre.

Tanto que a última reforma na linha de produção teve como mote o bordão: "Entre já em seu pote de conserva, você decide que vegetal vai ser ".

A mídia em conserva dedica-se a exaltar as vantagens econômicas do picles e só foge dessa linha para conclamar a sua polícia a oferecer umas azeitonas na salmoura (por óbvio), na boca desses  baderneiros que querem impedir a embalagem e o processo.

"Conserve-se com a boca tampada que não entra azeitona" é um dos ditos populares do lugar.

O leitor perspicaz deve estar pensando: " nossa como são conservados nesse país"...Boa piada, mas a expressão exata é: como são conservadores nesse país.

Basta ver que onde quer que vão suas autoridades ou "otoridades" (como são chamados lá) deixam um rastro de formol no ar... 

Xao Xi Pao, correspondente estrangeiro do jornal Asai Nabasa

Porto Alegre, 29 de março de 2017.

Foto: Picles do Bob Esponja

Edu Cezimbra 



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